domingo, maio 7

'Filme não vai glamourizar ninguém'

O filme sobre a vida do “maior ladrão de livros do Brasil” está sendo editado em uma casa na Vila Madalena, zona oeste da capital, onde fica a produtora Boutique Filmes, que realiza documentários, programas infantis e séries de televisão. O produtor e um dos diretores da obra (na verdade um documentário sobre Laéssio Rodrigues de Oliveira) garantem que o que sairá dali é um material jornalístico que, além de contar a história do criminoso, mostrará o mercado negro de obras raras do Brasil e a falta de estrutura para preservação do patrimônio cultural do País. Assim, para eles, o interesse público por esses temas justificaria investimentos via instrumentos de captação dos recursos públicos.

A ideia da produção partiu do jornalista Carlos Juliano Barros, que conheceu a história de Laéssio em reportagens. Ao longo de “muito tempo”, conseguiu convencê-lo a gravar entrevistas e a ajudar a montar o documentário, que codirige.

Livro raro avariado e com páginas rasgadas após furto do acervo da Fiocruz
“Ele tem uma história ímpar”, afirma, ao falar da origem pobre de Laéssio, em São Bernardo do Campo à chegada aos círculos sociais que compram esses itens. “A forma como ele fez, as pessoas com quem se relacionou, a quem vendeu os livros que furtou. O trabalho do filme é investigar e contar a história, trazer à tona fatos nunca revelados”, defende.

O produtor, Gustavo Mello, afirma que o filme não pretende “nem glamourizar nem vitimizar nem culpar ninguém”, ao falar tanto de Laéssio quanto das instituições que tiveram as obras furtadas – e que estão revoltadas com a produção. “Se a gente alcançar audiência, no fim o que estará em debate é a questão da importância de um livro raro e do seu valor simbólico e econômico. Se chegarmos a esse resultado vai ser incrível, pois será uma grande história contribuindo para uma discussão da sociedade.”

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