terça-feira, junho 21

A primeira gibiteca pública do mundo

A primeira gibiteca pública do mundo foi inaugurada em 1982, em Curitiba, por iniciativa do arquiteto Key Imaguire Jr. — e até hoje nenhum pesquisador internacional conseguiu refutar tal afirmação. Nos Estados Unidos, bibliotecas especializadas em quadrinhos que antecederam a Gibiteca de Curitiba eram orientadas a pesquisadores. Na Europa, todas as experiências similares se instalaram depois.

“O Centre Belge de la Bande Dessinée [de 1989] e a hoje conhecida como Cité Internationale de la Bande Dessinée [de 1984] foram as primeiras entidades europeias a dar um destaque especial às publicações de histórias em quadrinhos”, assinala o livre docente da Universidade de São Paulo (USP) Waldomiro Vergueiro. Para o pesquisador, tanto essas coleções presentes em Bruxelas e no Angoulême quanto suas equivalentes norte-americanas sempre tiveram a finalidade primeira de preservação da memória do meio. Ou seja, um interesse museológico.


O diferencial das gibitecas brasileiras, a começar pela de Curitiba, é o de “serem centros de cultura desenvolvidos em torno das histórias em quadrinhos, enquanto que no exterior elas não foram criadas mirando o leitor comum, mas o especialista, o estudioso e, em última instância, aquele que está envolvido diretamente na produção”, arremata Vergueiro,editor da revista 9ª Arte e do Observatório de Histórias em Quadrinhos da USP.

“A Gibiteca de Curitiba é uma agregadora de linguagens. Reúne contadores de histórias, artistas visuais, jogadores de RPG, fãs de Star Trek, cosplayers, leitores de steampuk”, diz o quadrinista José Aguiar. Pela Gibiteca circulam figuras que se interessam por todas as artes. Aguiar conta que já viu circulando pelo espaço o escritor Luis Fernando Verissimo, o cineasta Sylvio Back e o (sumido) compositor Belchior. Dos quadrinhos, topou recentemente com o britânico David Lloyd que, junto com Alan Moore, criou a HQ V de Vingança.

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