segunda-feira, novembro 16

Crônica de uma biblioteca

Você já reparou como o ambiente da biblioteca é acolhedor? Muitos dizem o contrário, mas eu afirmo que é o melhor lugar do mundo. Alguns ousam perguntar o porquê. Eu respondo.

O silêncio. Silêncio é uma coisa que incomoda a muitos, até a mim mesma, admito. Mas, você já parou pra escutar o silêncio de uma biblioteca? É um som, se é que podemos usar esta palavra, misterioso, instigante e até mesmo relaxante. O silêncio das bibliotecas gritam as histórias escritas em cada obra nela presente.

O cheiro. A cada corredor, um odor diferente. Ora, de livro velho, ora de livro novo. Às vezes, até de rosas. Um cheiro tão raro que as vezes é possível sentir seu gosto, apalpá-lo, e mais, ser contagiado por ele.

Os corredores. Tão próximos uns dos outros que chegam a nos esmagar. Quando você entra em um deles, os livros ganham força, que mais se parece com garras, para fisgar sua próxima vítima. É emocionante saber que, naquele corredor, você, ao mesmo tempo que tem todo o poder para escolher qualquer coisa, não tem poder algum diante daquela imensidão de histórias.

Os livros. Tantos livro. Tantas histórias esperando pacientemente para serem lidas. Tantas vidas, sonhos e desejos compartilhados. As palavras saltam de cada página, nos fazendo viver aquela história de tal forma que, quando lemos, não sabemos mais quem somos. Se somos nós mesmos ou se somos só mais um personagem da história.

Os bancos. Ora com mesas, ora acolchoados. Às vezes, bancos que mais parecem tronos. Outras vezes, simples cadeiras escolares. Cada um com sua magia, nos convidando a sentar e desfrutar de um banquete de palavras e sabedorias. Como verdadeiros portais que nos levam a outros mundos.

As pessoas. O que seria de uma biblioteca sem o seu leitor? Ah! As pessoas. De todas as raças, credos e línguas. Nós só as notamos quando entram com seus sapatos barulhentos - breves segundos em que saímos de nossos devaneios. Quando elas se acomodam, nós as esquecemos. Poderíamos passar por alguma delas na rua, mas não reconheceríamos, porque para nós, os livros são os protagonistas. Mas, para os livros, cada pessoa é especial, de tal modo que eles reconhecem à todas.

O bom das bibliotecas é que podem ser visitadas por qualquer um. Um dia desses, dublado demais para sair ou triste demais para ficar em casa, passe em uma biblioteca. Sente-se. Relaxe. Leia. Use seus sentidos e sinta a biblioteca. Se preferir, leve o livro para casa. Mas não deixe de desfrutar de cada momento vivido lá. Eles são únicos. E especiais.

Thaís Diniz

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