segunda-feira, março 30

Leilão fracassado de 'Minha Luta'

Leilão fracassado de exemplares autografados traz à tona na Alemanha debate sobre proibição do panfleto-biografia do ditador nazista

"Minha luta" ("Mein Kampf"), de Adolf Hitler, é o livro tabu por definição. Banido na Alemanha desde o fim da Segunda Guerra Mundial, no último dia de 2015 ele cai em domínio público na Europa. Assim, estaria aberto o caminho para sua reedição, comentada ou não. No entanto, órgãos governamentais querem manter a proibição, alegando tratar-se de um panfleto de incitação racista. Apenas recentemente o Instituto de História Contemporânea conseguiu impor definitivamente sua intenção de lançar uma edição histórico-crítica.

O misto de panfleto e autobiografia, que o futuro ditador nazista lançou em dois volumes, em 1925 e 1926, voltou agora às manchetes. Juntamente com outros itens hitleristas, uma casa de leilões de Los Angeles anunciava para na semana passada a venda online de dois volumes da primeira edição, assinados por Hitler e presenteados a um dos primeiros seguidores de seu Partido Nacional-Socialista Alemão dos Trabalhadores.

A casa de leilões classificava o lance inicial de 35 mil dólares como "um pouco cauteloso", considerando-se que um comprador pagou 64.850 dólares por um conjunto semelhante em 2014. No entanto, a transação não se concretizou, pois a "pechincha" não encontrou nenhum comprador.

A Deutsche Welle entrevistou o sociólogo Horst Pöttker, ex-docente de jornalismo da Universidade de Dortmund e professor emérito da Universidade de Hamburgo. Para o projeto Zeitungszeugen 1933-1945, de reprodução de matérias jornalísticas da era nazista, ele comentou trechos de Mein Kampf, mas sua publicação, planejada para janeiro de 2012, foi sustada.

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