sábado, junho 21

Projeção internacional da cultura brasileira

A política cultural do Estado brasileiro é, para usar um adjetivo caridoso, simplesmente insuficiente. Os números e a estrutura disponível para suas ações demonstram isso e a comparação com outros países chega a ser humilhante. A pretensão de assumir um papel mais relevante através de mecanismos de “soft power” fica assim comprometida. O caso de Portugal é exemplar. O PIB de Portugal, em 2012, foi de US$ 228.872 milhões e o do Brasil de US$ 2.350.889 milhões. Ou seja, o de Portugal é menos de 10% do PIB brasileiro. Por isso mesmo, comparar os 785 pontos de ação do Instituto Camões com o que o Brasil apresenta em termos de ações continuadas denota simplesmente que nosso país pensa pequeno e age pequeno em termos de política externa na área da cultura. Uma comparação dessas desmerece totalmente o discurso sobre a importância da projeção internacional do Brasil. E o que isso afeta o mercado do livro? 
Por conta das deficiências da diplomacia cultural brasileira, o apoio às iniciativas – pessoais e institucionais – que procurem suplementar as debilidades da diplomacia devem ser apoiados, pelo menos com competência, sem discriminação e com eficiência. Os autores brasileiros vêm sendo cada vez mais chamados para eventos internacionais, seja por suas editoras estrangeiras, seja por vários tipos de instituições. A maioria estrangeira, que paga os custos das viagens e da presença dos autores.

Nenhum comentário:

Postar um comentário