quinta-feira, março 27

Imagens de guerra salvam bibliotecas



A situação das bibliotecas públicas, no Reino Unido, tinha tudo para piorar. Dezenas que fechavam as portas, outras tantas corriam o mesmo risco, e ainda havia o grupo das que se adaptaram, reduzindo horários ou se integrando a um bar ou restaurante para ajudar aos custos. Segundo aviso dos especialistas, a culpa era dos cortes públicos. Manifestações, campanhas e petições saíram em defesa das bibliotecas. Entre eles Phil Bradley, bibliotecário e blogger, que usou de originalidade para tentar reduzir os danos.
A idéia foi utilizar os cartazes antigos com imagens das Primeira e Segunda Guerras, bem familiares aos britânicos. "A palavra guerra parece-me, talvez, ligeiramente exagerada, mas bibliotecários, bibliotecas e seus serviços estão certamente sob ataque." Um programa básico de Photoshop foi suficiente para Bradley, sem qualquer formação em design gráfico, fazer a magia acontecer. A ideia, que ganhou corpo em 2011, continua a circular na internet e redes sociais com bom feedback ainda este ano. Os posters readaptados agora estão na linha da frente de protestos. "As imagens são, geralmente, muito poderosas, com uma mensagem simples, básica. São imagens muito imediatas, o que é importante se as pessoas quiserem imprimi-las para usar durante protestos para salvar as suas bibliotecas. Também de uma perspectiva muito prática, as imagens são do domínio público, o que quer dizer que qualquer pessoa pode usar os originais e isso queria dizer que não tinha de pedir autorização a ninguém."



Bradley defende com suas novas armas as bibliotecas como espaços fundamentais: "Têm um valor incalculável para a comunidade, de várias maneiras, não só por disponibilizar livros, música e filmes, mas como um sítio seguro para as crianças poderem fazer os trabalhos de casa, para desempregados que procuram novos trabalhos e carreiras, para pessoas que precisam de ajuda e dicas em assuntos legais, também para grupos se encontrarem, para aprender e explorar.Fechar uma biblioteca é um ataque à comunidade."


Para o bibliotecário blogueiro, a evolução social e tecnológica, que abraça novas formas de desfrutar da leitura, não é um obstáculo a ultrapassar, mas uma oportunidade. "A chegada dos livros em formato eletrônico significa que as bibliotecas têm a possibilidade de fazer muito mais e chegar a mais públicos. Agora, as pessoas podem nem vir à biblioteca, a biblioteca pode ir até elas."

Defender os princípios básicos de uma democracia de acesso à informação também está inserido na defesa bibliotecas, adianta Bradley, que só pede a difusão das imagens que criou. "Usem online, em sites, páginas de Facebook, blogues, ou imprimam-nas e usem em protestos, ou colem às paredes - tudo o que ajude a passar a mensagem de que as bibliotecas são um direito e existem para que todos as usem."

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